terça-feira, 3 de novembro de 2009

O ILUSTRADO

A mim admira-me a vontade do ilustrado.
No longo rio de cristais de fumo, ao meio dia...
O sol de inverno lavrado por lamuria, solta
pontualmente orvalho escuro.
Para mim é digno pensar em esperança suprimida.
Desde que corriam flores no céu, o estúpido gato
gostava de lamber leite amarelo.
Depressa o piano tocava vibrações, e todos se passeavam com
esforço, num charuto doente.
O gato não tinha pressa de o fumar, e observava escutando
os compassos de um piano, que penetravam na sala, de meia
luz.
Pensei para mim que o ar abafado, era o fim de Outono.
E se o piano era explicativo, o meu carácter absorvia os limites
da especulação.
E se o gato sou eu, podem pensar que sou um génio, e é
verdade. Chama transmissão. À forma como o sol pintado,
aceita os meus pensamentos.
Conserva-se na ampla intervenção do exterior, não o desminto,
visto que o aspecto da realidade se baseia em algo.
Como o gato e eu descobrimos. Tudo o que o ilustrado escrevia
era geral e permitiu ao piano prever. Prever práticas de
tradição vulgar.
São todos os acontecimentos que fazem a incompatibilidade?
É errado agir? Não, apenas não é comum.


29.04.09

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